terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mozart Mello - Biografia


Mozart Martins de Mello Filho nasceu em 1954 e começou a se interessar pela música por volta dos 10 anos, na década de 60, por influencia de sua irmã que estudava violão com o saudoso violonista Paulinho Nogueira e foi através desse contato, que Mozart recebeu as primeiras informações sobre a Bossa Nova. Em 1965, Mozart Mello adquiriu sua primeira guitarra, uma Del Vecchio (Só existiam no Brasil duas marcas: A Giannini e a Del Vecchio) e como não existiam professores específicos desse instrumento, começou a desenvolver o seu conhecimento através dos discos que ouvia, tirando de “ouvido” as harmonias e frases contidas nas músicas.

Segundo o próprio Mozart Mello “não existia nem palheta, tocávamos com barbatana de camisa”. Ainda nessa época, sua irmã mostrou-lhe um compacto de uma banda inglesa, que surgiria não somente para influenciar o jovem Mozart, mas para encantar todo um mundo. Esse grupo chamava-se Beatles.

Em 1967 tomado pelo grande sucesso “Beatlemaníaco” formou um grupo de rock chamado “Os Selvagens” que traria além de Mozart, o guitarrista, então baixista Pepeu Gomes, além do irmão dele Luciano Gomes tocando guitarra. Juntos tocavam num programa que imitava a Jovem Guarda, a “Mirim Guarda”.

Faziam coveres de bandas como Beatles, Rolling Stones, Guess Who. A betleamania foi sem dúvida uma das grandes influências musicais de Mozart Mello. A idéia dele em se profissionalizar na música está diretamente relacionada a esse movimento musical. O mesmo relata nunca ter imaginado se tornar um músico profissional. 

Beatles

A vontade de Mozart Mello em relação à música era grande e a partir dessa busca de conhecimento o mesmo se matriculou para estudar violão erudito. Apesar da escolha dele pela guitarra ser uma opção já firmada, os estudos de violão erudito fez com que ele compreendesse melhor a teoria e desenvolvesse sua leitura musical, já que o seu professor na época (entre 1979 e 1980), Edmar Fenício, abordava entre outros autores, Villa-Lobos, Bach, música contemporânea e choro.

Além de Edmar Fenício, outros grandes professores de música contribuíram para o conhecimento musical de Mozart Mello sendo eles: O mestre Wilson Mareschi Aggio, o Didi, (consta ser o primeiro professor de harmonia de Mozart Mello) docente do conservatório Paes de Barros, situado no bairro da Mooca, em São Paulo.

Foi através dele que Mozart teve o primeiro contato com a harmonia e os acordes do jazz além do conhecimento da Bossa Nova, estilo musical predominante na época. O violonista Paulo Bellinati, também contribuiu na formação musical de Mozart, aperfeiçoando seus estudos harmônicos abordando sempre os fundamentos do sistema modal. E finalmente, com Paul Roiter, deu seu ponto de partida para aperfeiçoar seu conhecimento em arranjo e orquestração.

Do simples interesse musical do menino da Mooca até o grande músico que é atualmente, Mozart Mello percorreu um ardo caminho, entre decepções, necessidades, escolhas e muito trabalho, o mesmo, que para o desconhecimento de muitos, sonhava na verdade em ser engenheiro civil.

Mesmo saindo da Universidade sem o título, Mozart já tinha se graduado em muitas das matérias obrigatórias na grade do curso, rendendo-lhe então um emprego de estagiário na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Governo do Estado de São Paulo, (CETESB). Certo tempo depois, Mozart descobriu que a engenharia não era exatamente o que ele queria e atrelada a essa decisão, lhe surgiria uma oportunidade no legendário grupo de rock nacional Joelho de Porco. Era o ano de 1978 e apesar do auge no grupo, a participação de Mozart foi rápida. O mesmo acabou saindo da banda, segundo ele por conta do empresário da mesma fugir com o dinheiro dos shows deixando os integrantes com uma mão na frente e outra atrás. Com o fim da sua participação na banda e sem um emprego fixo, Mozart Mello tinha um grande dilema pela frente, pois já se encontrava casado e pai de uma filha, precisando subsidiar sua família de alguma forma.

A partir dessa necessidade Mozart se viu na obrigação de arranjar qualquer trabalho que lhe desse esse subsídio, mas até aquele presente momento, segundo o mesmo, não conseguia arranjar de jeito nenhum o tão sonhado emprego. Em uma dessas andanças atrás de um trabalho, Mozart se viu em frente a um conservatório de música e se perguntou da possibilidade de dar aulas no mesmo até que pudesse arranjar um emprego melhor. Atrelado ao conservatório conseguiu trabalho em outro que ficava situado no bairro da Lapa, onde o próprio já tinha estudado e começou a dar aulas lá também. A receber o seu primeiro salário de professor constatou que seria uma grande batalha, pois segundo seus relatos, o dinheiro não dava nem para comprar o leite da semana.

Apesar do árduo caminho a ser percorrido, Mozart Mello não teve problemas em levar à diante sua decisão, pois tinha tanta garra para exercer a música que aquele ofício logo se tornaria favorável, mesmo por que como dava aulas o dia inteiro, estudava e ainda tocava a noite as pessoas dependentes do seu esforço logo reconheceram sua vontade de vencer.
Mozart Mello leva na sua bagagem trabalhos com grandes artistas do cenário brasileiro ao exemplo de Christian e Ralf, Fábio Júnior, Pete Dunaway, Eduardo e Silvinha Araujo, Secos e Molhados, João Ricardo (solo), Laura Finokiaro, André Christovan, Terreno Baldio, Joelho de Porco, além de apresentações em grandes festivais pelo mundo, como Free Jazz Festival 85/86, Festival de Inverno de Campos do Jordão 1985/1986, Festivais de Jazz de Montreal, Quebec, Otawa todos em 1986.

Atividades didáticas são exercidas desde 1977 incluindo várias escolas e Conservatórios, a coordenação pedagógica do IGT (1988), Workshops, Seminários e Cursos por todo o país, cinco livros, grande número de apostilas (produções independentes), 2 vídeo-aulas (Fusion/Blues) e um vídeo show com Albino Infantozzih.

Foi professor de grandes guitarristas que se encontram em atividade no cenário musical brasileiro dentre eles estão Kiko Loureiro (Angra), Juninho Afram (Oficina G3) e Edu Ardanuy (Dr. Sin).

Guitarra Signature Mozart Mello


Atualmente Mozart Mello se dedica a workshops pelo Brasil e a publicações didáticas, tendo lançado recentemente no mercado quatro livros abordando harmonia e improvisação. O mesmo também representa marcas nacionais e internacionais de instrumentos e equipamentos musicais ao exemplo das guitarras TAGIMA, Pedais BOSS, WAVEBOX, ROLAND.

FONTE: VIANNA NETO, Talmai Gomes. Educação Musical: a relevância de Mozart Mello para o ensino da guitarra no Brasil. 2009. 24 fls. TCC - Instituto de Música, Universidade Católica do Salvador, Bahia. Disponível em: http://www.talmaineto.com/docs/TCC%20Mozart_Mello%20pronto.pdf. Acessado em: 21 ago 2012.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Henrique Pinto - Biografia



Na família de Henrique Pinto não há outros músicos; a escolha do violão como instrumento e a decisão de dedicar-se à música aconteceram por iniciativa própria. As lembranças musicais mais antigas do instrumentista relacionam-se com seus primeiros contatos com o violão, aos oito anos, quando um funcionário da fazenda de seu tio em Rancharia, interior de São Paulo, lhe ensinou a montar seus primeiros acordes e a solar uma pequena melodia nordestina.

Nascido no dia 08 de setembro de 1941, aos dez anos, Henrique Pinto inicia seus estudos de música, aprendendo solfejo pelo método Bona (Editora Ricordi) e pelo livro "Método op. 59" (Vitale Editores) escrito por Matteo Carcassi. Suas primeiras aulas de violão foram dadas por um professor que também ensinava acordeom, violino, piano e bateria, entre outros instrumentos. Depois disso, Henrique Pinto entrou para o Conservatório Musical Heitor Villa-Lobos. Ali, teve aula com Sérgio Scarpiello, efetivamente seu primeiro professor de violão, que lhe ensinou postura e organizou o repertório a ser trabalhado. O mais importante auxílio prestado pelo mestre foi ter servido de estímulo, acompanhando-o nas apresentações e ensinando as características de um bom violão - na época, segundo conta Henrique Pinto, o exemplo de um bom instrumento era um dos exemplares construídos artesanalmente por Romeu Di Giorgio, o dono da fábrica de violões, feitos em série, que leva seu sobrenome.

Henrique estudou os livros de Isaias Sávio e os sete volumes escritos por Mario Rodrigues Arenas, elaborados para os sete anos do curso de violão do conservatório.

Henrique Pinto conta que, conduzido por Sérgio Scarpiello, “tive a oportunidade de escolher meu repertório e tocar de forma bastante livre. Seguia minha intuição ao tocar as peças, sem interferência de como realizar esteticamente cada estilo de época. Isso me dava grande autonomia e me permitia tocar com mais segurança. Sérgio me estimulava e nós tínhamos um contato amigo, sem restrições."

Outro professor importante foi Isaias Sávio que, como Scarpiello, estimulava, valorizava seu trabalho como instrumentista e o colocava para tocar em todas apresentações que organizava.

Na trajetória de Henrique Pinto como estudante, Abel Carlevaro também foi fundamental. Ensinou-o a refletir sobre a técnica, entre outros detalhes imprescindíveis em sua formação como concertista e professor.

Guido Santórsola ensinou-lhe interpretação, análise e uma escuta mais detalhada. Henrique Pinto cita, também, entre seus mestres, Mário Ficarelli, de quem foi aluno de harmonia e análise: "Era um grande professor, pois sabia como sintetizar o que ensinava."

Henrique Pinto entende por auto-didatismo o aprendizado que se pode adquirir ouvindo um disco ou vendo outro músico tocar. "Sozinho, aprendi a saber perfeitamente o que posso realizar e o que é impossível, tanto técnica como musicalmente, e passo esta experiência para meus alunos." O músico aprendeu, por seus próprios meios, a dar aula, a organizar o repertório de um aluno e a graduar as dificuldades da técnica e linguagem musicais.

O violonista que mais influenciou Henrique Pinto foi Sérgio Abreu: "Quando ouvi pela primeira vez o duo dos irmãos Abreu (Sérgio e Eduardo), vi que o violão possuía uma outra dimensão sonora, que suas possibilidades musicais iam muito além do que eu imaginava. Fiquei obcecado pelo trabalho deles, mas não conseguia entender como fazer para chegar até aquele nível. Com o tempo fui percebendo e refletindo sobre todo o processo; entendi melhor o que vem a ser talento, trabalho, determinação e orientação."

Henrique Pinto destaca, também, entre suas referências musicais, Andrés Segovia, "somente ouvindo, pois não tive, na época, oportunidade de vê-lo pessoalmente. Sua forma orquestral e apaixonada de fazer música foi determinante em minha formação."
Henrique Pinto elege três fases principais em sua carreira: primeiramente, em sua época de iniciante, pela busca de elementos técnicos que viessem a esclarecer mais detalhadamente a técnica violonística. Nesse período, as aulas em que o instrumentista trabalhou técnica de violão com Abel Carlevaro e interpretação com Guido Santórsola promoveram mudanças significativas no modo de ser como professor. 
Num segundo momento, intermediário, surge a preocupação de entender-se melhor como intérprete e como professor.

E numa fase de maior amadurecimento, o violonista observa como decisivo o trabalho de detalhar o que aprendeu durante o tempo dedicado às atividades de concertista e professor, com o propósito de escrever seus livros sobre violão. Henrique Pinto lançou todos os seus trabalhos didáticos pela editora Ricordi, dentre os quais podemos destacar Ciranda das 6 Cordas (iniciação infantil ao Violão), Curso Progressivo de Violão (Nível Médio) para 2º, 3º e 4º ano, Iniciação ao Violão (Princípios básicos e elementares), Iniciação ao Violão - Volume II e Técnica da mão direita – arpejos, além de muitos outros estudos quanto para violão solo como para duo. Possui ainda, em sua discografia, duas gravações com o grupo Violão Câmara Trio, uma em 1989 e outro em 2002, além de uma vídeo aula que apresenta os princípios que regem a evolução do violonista, desde os primeiros passos até o seu maior desenvolvimento técnico. Conceitos como postura, colocação das mãos, relaxamento, vibrato, deslocamento de posições, tratamento das unhas da mão direita para uma melhor sonoridade e união das várias memórias utilizadas (digital, visual e auditiva).

Henrique Pinto faleceu no dia 26 de outubro de 2010, pouco depois de completar 69 anos. Em abril, sofreu um infarto e, durante a cirurgia, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Após um mês em coma, acordou em 12 de junho, Dia dos Namorados, mas teve diagnosticado um tumor. deixando uma contribuição mais do que significativa ao estudo do violão erudito para o nosso país, além de uma legião de fãs, amigos e alunos.

Fontes :
http://musicosdobrasil.com.br/henrique-pinto
(maiores informações sobre o violonista)

http://hpviolao.sites.uol.com.br/
(site Oficial) 

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/822738-henrique-pinto-1941-2010---foi-referencia-no-violao-erudito.shtml

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Raíssa Amaral - Dengosa (Mazurca)



Interpretação de Raíssa do Amaral para a música Dengosa de Sergio N. Belluco.

Arpegos (Exercício)

Um bom exercício que serve como aquecimento além de treinar a leitura.